sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Princípio Cooperativo DE H.P. GRICE

 A. Compreensão acerca do 

Durante o estudo foi visto que um dos princípios universais, introduzidos por H. P. Grice, que guiam a interação conversacional. Quando um falante interage utiliza, muitas vezes inconscientemente, variadas regras universais necessárias à manutenção do discurso. O princípio de cooperação é uma dessas regras, que segundo Grice, devem conduzir o ato conversacional e que concretizam o princípio da cooperação.

Ao analisar as máximas conversacionais, vemos que são princípios descritivos do comportamento linguístico dos falantes e normas específicas de conduta linguística. Ou seja, elas descrevem os raciocínios que serve para interpretar os enunciados dos locutores. Levando-se em consideração este princípio, pressupõe que as pessoas aderem a uma certa regra de conduta para a conversação, procurando serem cooperativas umas com as outras. Fazem perguntas, dão respostas, esperam a sua vez de falar, fornecem as informações necessárias. Percebe-se que segundo Grice o princípio de cooperação é concretizado a partir das quatro máximas conversacionais. Grice propõe um modelo inferencial demonstrativo, ou seja, esse modelo é regido por algumas restrições lógicas, de um formalismo rigoroso, que possibilitam o julgamento de inferências como válidas ou inválidas. Além disso, a noção de implicatura de Grice foi criada com a pretensão de desenvolver um conjunto de noções teóricas que justifiquem um modelo inferencial de comunicação. Assim, este princípio e os quatro subprincípios específicos que o concretizam são, na sua opinião, as principais regras que conduzem a interação conversacional, pois permitem que se estabeleça uma cumplicidade conversacional entre os falantes, fundamental para que uma conversa seja bem sucedida.

Em vista dos argumentos apresentados, concluímos que as máximas conversacionais constituem a competência conversacional dos falantes, pois caso sejam descuradas podem pôr em causa a eficácia do ato comunicativo. Assim, para Grice a ironia, a ambiguidade discursiva e a metáfora, ao violarem determinadas máximas conversacionais, violam também, consequentemente, o princípio de cooperação.

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B. Conceituar e exemplificar as Máximas da Conversação:

• Máxima da Qualidade;

Segundo nosso estudo, Grice (1982) acreditava que quando estamos em uma interação verbal devemos alocar somente informações que sejam importantes para a manutenção da interação. A máxima de qualidade expressa o seguinte princípio: tente que a sua contribuição conversacional seja o mais verdadeira possível, para isso, não afirme o que crê ser falso e não afirme aquilo de que não tem provas suficientes para confirmar a sua veracidade. Exemplo.: A – Brasília é a capital do Brasil? B - Não. Os seguintes enunciados violariam a máxima da qualidade: - Não sei. - Claro que é. Grice defende que os enunciados totalmente falsos são ironias ou metáforas, exceto quando a violação da máxima da qualidade é propositadamente violada pelo falante.

• Máxima Informativa (quantidade);

Já máxima da quantidade diz respeito à necessidade de que as informações sejam dadas em quantidade suficiente para que o texto seja compreendido. A máxima de quantidade expressa o seguinte princípio: tente que a sua contribuição conversacional seja tão informativa quanto necessária, isto é, que seja nem mais nem menos informativa do que aquilo que é fundamental para os objetivos de uma interação verbal. Um discurso repetitivo constitui uma violação desta máxima, pois ao sobrecarregar o enunciado de informação redundante e desnecessária criar-se-á ruído na comunicação. Exemplo: A – O que estás a comer? B – Feijoada. Os seguintes enunciados violariam a máxima da quantidade: – Feijoada, que é uma das sugestões do chefe deste restaurante que eu, por acaso, conheço desde pequena.

• Máxima da Relação (pertinência);

Em máxima da relação, aprendemos sobre à adequação das informações ao contexto de interação. A pessoa deve ser relevante para o momento da conversação, não acrescentar informações que possam confundir a compreensão do leitor, ser direto ao se pronunciar. Esta máxima tem o seguinte princípio: tente que a sua contribuição conversacional revele ser pertinente em relação ao objetivo da conversa para que se estabeleça uma relação de pertinência entre os enunciados. Exemplo: A – Hoje vou ter teste de pragmática. Estudas comigo? B – Primeiro, tenho que estudar. O seguinte enunciado violaria a máxima da relevância: – Hoje está um dia chuvoso.

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